domingo, 16 de maio de 2010

Novo Uno vem para popularizar tendência






Quem não sonha em ter um carro como o Mini Cooper ou o Smart? (exceto eu, é claro)

Pois então, nessa onda de compactos personalizáveis, modernos e "cools" a Fiat resolveu lançar o primeiro com preço acessível, e ao mesmo tempo desestigmatizar o Uno, carro conhecido por ser feio, rústico e barato.

Com design moderno, seguindo a linha de carros (que eu particularmente acho horríveis) como o Soul, e com muitas possiblidades de personalização (dos pedais e manopla do câmbio até estilização exterior), o Uno vem consolidar uma forte tendência que só aparecia em carros pouco acessíveis.

Obviamente, sendo um carro de R$30.000, tem várias limitações em comparação aos carros citados no início do texto e também ao Cinquencento, começando pelo motor em versões 1.0(70cv) e 1.4(85cv). O interior também é bem simples, apesar de ser visualmente agradavel. O velocímetro é bem moderno, tem as informações digitais junto ao velocímetro analógico.

Outra coisa que chama atenção é a propaganda feita pela Fiat, que vai na mesma linha do anúncio do 500, colorida, animada e artística.

A Fiat também vai tentar unir essa tendência de personalização com o nicho específico dos consumidores de modelos "cross". O carro terá versão Way com visual off-road (só o visual, claro).

Agora dando a minha opinião: não é um carro bonito e não faz o meu tipo mas terá um papel importante no mercado, por ser um carro barato, com estilo e as possibilidades de personalização, estas que no futuro com certeza se tornaram comuns em vários tipos de carro.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Doves - The Last Broadcast




Ser apresentado a bandas novas através de CDs é sempre uma experiência interessante. Através deles da pra analisar a profundidade da banda em questão e especialmente sua criatividade. O que diferencia as bandas "de verdade" das "enganadoras" não são os hits e singles, mas o conteúdo escondido em músicas "secundárias". Um exemplo de uma banda que gosto muito, mas que não investe em CDs é a Oasis, famosa por singles marcantes como Wonderwall e Live Forever não consegue fazer CDs atrativos. Parece que fazem as outras músicas para enxer linguiça.

Por outro lado, uma primeira avaliação já de cara do CD pode ser equivocada (geralmente a primeira impressão não é a que fica em questão de música), é mais fácil e mais seguro analisar um CD após conhecer a banda e os singles presentes nele.

Enfim, após ganhar de aniversário o livro "1001 Discos para ouvir antes de morrer" ouvir CDs desconhecidos de bandas desconhecidas se tornou exercício diário, e gostaria de compartilhar as surpresas agradáveis por aqui.

A primeira banda desconhecida em questão foi a inglesa Doves. Nunca tinha ouvido falar, não sabia o que esperar e acabou sendo uma grata surpresa.

Músicas bem compostas, mas sem perder a simplicidade, e com atmosfera forte marcam o som dessa banda de rock alternativo. Intercalando músicas calmas com músicas mais rápidas e músicas "nervosas", The Last Broadcast(2002) acaba sendo um CD bem montado.

Destaque para a robusta e melancólica faixa "N.Y.", que mesmo em seus quase seis minutos não se torna cansativa nem repetitiva, investindo bastante no instrumental para criar a atmosfera pesada. Em "Pounding" encontramos um som mais alegre e uma musicalidade mais acessível, simples e agradavel de ouvir. Mas o CD alcança seu ápice em "Caught By The River". Com letra romântica, mas não clichê, e estilo comercial (não pelo lado negativo) da pra ter certeza que se tornou single. Inclusive descobri que é tocada em um episódio de OC. A faixa se torna cansativa ao longo de seus seis minutos, mas nada que a desmereça.

O único problema do CD está no final. Quando se escuta tudo de uma vez o final se torna cansativo. O clima "down" fica música após música e se estende para o CD dois. Mas mesmo assim "Far From Grace" do CD dois se destaca pela atmosfera criada instrumentalmente, assim como em "N.Y.".

Enfim, um CD muito bom que eu indico.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Primeiro Velório

Esse texto foi feito por mim em novembro do ano passado para um trabalho de faculdade. O caso citado teve até repercussão na mídia. Enfim, espero que gostem.

A semana que passou foi de luto para minha família. Dia 29 de Outubro meu primo de segundo grau, João, morreu após ter sido atropelado algum tempo depois do fim do ultimo atletiba. Crime de trânsito ou violência no esporte, assassinato ou acidente, pouco importa. Depois que passamos pela perda temos claro que nada trará o ente querido de volta.


Mas o que realmente não trará a pessoa de volta é o velório. Nunca tinha ido a tal evento, mas já tinha o posicionamento totalmente contrário, considerando uma tortura para os familiares e pessoas realmente próximas do falecido e uma agressão até ao próprio defunto. Minha opinião se acentuou ainda mais conhecendo pessoalmente esse martírio.


Logo ao chegar ao velório, me deparo com um ex-colega e melhor amigo do João se esvaindo em lágrimas do lado de fora da funerária. Também do lado de fora encontro a mãe da vítima, conformada, porém acabada. A ausência nela era clara. Entrando no hall vejo o pai do falecido, totalmente inconformado e em lágrimas, sem nenhuma condição de estar lá, recebendo os “pêsames” (seja lá o que significa essa palavra) dos conhecidos.

E o pior ainda estava por vir. Na próxima sala é onde estava o caixão. Aberto, com meu primo, jovem de apenas 21 anos, inchado e deformado. Ao entrar ali a primeira coisa que senti foi o grande vazio em seu corpo. Era como um boneco inanimado. Essa imagem nunca vai sair das minhas lembranças. Também me veio à cabeça aquele desenho de um menino morto em exposição na estação de trem de Paris, imagem do século XVIII ou XIX, não me recordo ao certo. Um verdadeiro show de horrores.


É comprovado que o luto é importante na perda de um ente querido, que sem ele não se supera a perda, mas o velório ultrapasse esse limite, e vai além da homenagem ao morto. Se existe vida após a morte, garanto que o velório não ajuda o espírito a encontrar a paz. Sempre que converso com minha mãe sobre isso ela cita o velório de sua avó, com a qual era muito apegada. Ainda viva minha bisavó falava que queria que contassem piadas em seu velório e que todos rissem. E foi isso que minha mãe e suas primas fizeram, intercalando as piadas com o sofrimento, mas encarando a morte de uma maneira diferente.


A melhor homenagem póstuma que se pode fazer é celebrar o que a pessoa viveu.