John Hersey escreveu seu nome na história ao descrever detalhadamente os relatos de seis sobreviventes do primeiro ataque nuclear da história, no livro “Hiroshima”. Com linguagem fácil e acessível e um detalhamento incrível nas histórias, o livro mesmo sendo escrito de maneira informativa, livre de emoções forçadas e sensacionalismo, passa o sentimento de quem viveu um dos piores momentos da história do homem.
Para escrever seu livro reportagem, Hersey vai até Hiroshima um ano após a tragédia para colher as descrições dos sobreviventes sobre o durante e o depois da explosão da bomba e retorna quarenta anos depois para rever seus entrevistados.
As descrições minuciosas em alguns momentos chegam a chocar, como quando os entrevistados comentam do cheiro das pessoas queimadas, dos momentos após a explosão onda haviam vítimas por todos os lados.
Outro fator interessante do livro é a maneira como é escrito. O livro intercala as histórias dos personagens em ordem cronológica, algumas vezes dando a impressão de se tratar de um filme com suas mudanças de cena. Além disso, as histórias dos seis sobreviventes acabam se intercalando em momentos do livro, criando um elo a mais entre eles, além do elo de serem sobreviventes da bomba.
Esse grande exemplar do jornalismo literário além de contar um lado da história até então desconhecido, detalha o ápice do sofrimento humano causado por outros humanos, sugerindo mesmo que não intencionalmente a reflexão do leitor sobre o tema.