quinta-feira, 28 de abril de 2011

Uma Voz Autoritária, Mas Sincera

Mais um texto para a faculdade. Eu me perdi no final dele graças às distrações, mas de certa forma exprime minha opinião, de maneira muito mais branda e política que a real, mas enfim, aí vai...

Tanto criticamos os políticos brasileiros por suas mudanças repentinas de postura, partido e ideais, e pelo discurso inócuo que eles proferem, buscando agradar gregos e troianos mas deixando de lado seus ideias, se é que estes existem. Finalmente apareceu um político sincero e que defende sua posição com unhas e dentes: o polêmico Jair Bolsonaro.


No dia 28 de março de 2011 o militar da reserva e deputado federal pelo Partido Progressista do Rio de Janeiro deu entrevista polêmica ao programa de televisão CQC. Nela o político deu depoimento se opondo ao homossexualismo e pela interpretação tendenciosa de alguns, também foi considerado racista.



De fato Bolsonaro falou besteira ao dizer que o homossexualismo acontece por falta de “palmadas” nas crianças. Essa é uma visão ultrapassada que já foi superada até cientificamente. Mas de qualquer forma, existem brasileiros que compartilha essa visão com o deputado, e seria hipocrisia dizer que são poucas. O posicionamento bastante conservador do ex-militar, que defende a tradição, a família e a religião, pode até ser considerado “careta”, mas está na cabeça de grande parcela do povo. E como vivemos em uma democracia, todos os pensamentos devem ser representados, especialmente no legislativo.

Ao mesmo tempo em que a democracia da o direito à maioria decidir o rumo da política, ela também é excludente, pois opiniões políticas adversas, no caso do Brasil especialmente as mais conservadoras, já que liberais extremistas acabam sendo aplaudidos de pé com discursos muito mais ofensivos que o de Bolsonaro. Discursos esses que ressaltam ditaduras de várias décadas, que causaram milhares ou até milhões de mortes e levaram países inteiros à miséria, enquanto seus governantes encheram os bolsos.

Outro discurso do deputado carioca que é repreendido é o de apoio à ditadura. Apesar dos grandes problemas dela, ela também teve seus méritos, coisa que poucos observam. A mídia criou uma campanha de demonizar a ditadura, mas poucos lembram que essa mesma mídia era o braço direito da ditadura, que essa mesma mídia mantém um posicionamento nacionalista e ufanista que é herança das épocas negras da ditadura.

Sempre é dado ênfase aos opositores mortos pelos militares, mas poucas vezes são lembrados os números, extremamente baixos (dos menores inclusive) diante de outras ditaduras pelo mundo, que ocorreram em países muito menores, tanto militares quanto populares. Como o deputado disse, os ditadores da época estão morrendo pobres hoje em dia. Nada dos cofres públicos foi desviado para benefício próprio dos militares, coisa que nos dias de hoje é praxe, um dos problemas crônicos do nosso país. É claro que a ditadura foi um período ruim para nosso país, mas certas medidas dela foram necessárias para o desenvolvimento do país, enquanto outras foram um atraso.

Censurar o que Bolsonaro disse não passa de uma forma de discriminar sua visão política. Todos tem o direito de criticar a postura do deputado, mas querer tirar ele de seu cargo é um excesso, semelhante ao excesso cometido pelo próprio. Por mais que seus pensamentos sejam autoritários e polêmicos ele está representando um grupo. Mesmo os políticos mais radicais devem ser ouvidos. A democracia existe também dentro da câmara e protege o posicionamento da maioria. Caso Bolsonaro ou qualquer outro deputado apresentem um projeto de lei absurdo, os outros deputados podem vetá-lo, e se não o fizerem significa que está representando o ideal dos outros políticos, e consequentemente de seus eleitores.