sexta-feira, 20 de maio de 2011

Dádivas do ser humano

Mais uma vez, andando por aí, me deparo com uma situação que demonstra quão evoluido e superior é o ser humano. Dessa vez deu para ver nitidamente várias virtudes diferentes de vários tipos de pessoas, foi uma experiência incrível, digna do meu tempo aqui escrevendo.

Qual lugar melhor para ser palco de uma magnífica situação de enaltecimento humano quanto o McDonalds? Pois é, foi lá onde tudo aconteceu. Estava eu junto com meus sócios procurando um lugar para jantar. Isso foi logo em seguida do jogo do Coxa, numa quarta-feira de madrugada, e todos os lugares próximos estavam fechados (imagine só que estabelecimento ficaria aberto depois da meia noite em Curitiba, ainda mais dia de semana). Obviamente fomos atrás (apelamos) do McDonalds da Av. Batel.

Chegando lá, fomos fazer nosso pedido. Um dos meus sócios encontrou dois conhecidos, jovens com uma faixa etária entre 16-19 anos, daqueles cheios da grana que acham que podem tudo. Cumprimentou os rapazes e fomos nos sentar para aproveitar a rica e saudável comida "enlatada" americana.

Logo ao sentar noto um diálogo (mais para monólogo) vindo da mesa de trás. Meu sócio amigo dos rapazes olha para trás rindo. Quando olho são os dois garotos mexendo com duas mulheres (com idade entre 30 e 40 anos, mas com atitude e mentalidade dignas de uma idade bem abaixo dessa, isso ficará claro depois). Os meninos estavam primeiro flertando, e com resposta negativa começaram a tirar sarro das "ladies". Nesse momento um "gentleman", ou "mastodonte" como definiu bem um dos meus sócios,  herói da situação, falou "vocês podem parar aí que já está incomodando essa falação". Detalhe importante, ele estava acompanhado de outro mastodonte, daqueles com orelha de estourada de lutador de Jiu-Jitsu. Um dos garotos respondeu de forma submissa e pediu desculpas, demonstrando medo e fugindo da confusão, mas o outro, o mais com menos noção e que mais incomodava falou "não se mete, fica na tua aí".

Aí começou a verdadeira confusão. O nosso herói foi até a mesa do garoto calmamente e deu um tabefe daqueles no refrigerante do rapaz. Só vi refrigerante e batatas ao ar. Os garotos atacaram o cara e logo o mastodonte 2 entrou na confusão. Os playboys usaram mesas e cadeiras para se defender. Nessa aí até eu me meti no meio para separar, já que também sou um herói e um gentleman (para mastodonte ainda falta um pouquinho).

A briga acabou, os dois guris ficaram acoados em um canto, o rapaz com orelhas estouradas ameaçou os dois garotos por algum tempo, enquanto estava sendo segurado por algumas pessoas, com olhar vidrado e feição de lunático, e a seguir veio uma breve calmaria, que antecederia a grande tempestade. Nesse meio tempo só aconteceram duas coisas a serem lembradas: uma das moças falou "adorei que isso aconteceu, tira uma foto minha pra ficar de recordação" e um rapaz com jeito de viado foi "consolar" as duas.

Quando um dos "riquinhos" se sentiu mais seguro enquanto falava ao telefone e saiu do seu "cantinho", voltou do nada o grandalhão das belas orelhas e partiu com tudo para cima do menino em uma investida frenética. O outro menino foi ajudar seu amigo e nessa veio o outro mastodonte. Nesse momento fiquei preocupado, pois esse ultimo deu uma surra daquelas no garoto: colocou ele contra o vidro e aplicou inúmeros joelhadas no rosto dele. Os seguranças do estabelecimento não deram conta do tumulto (claro, um tinha 1,50m e o outro era um molenga) e todos no estabelecimento queriam se meter na briga, mas como ocorreu comigo, todos tinham algum amigo para dar a sábia dica de se manter longe. Mas após algum tempo de surra os brutamontes cansaram e sairam do lugar. O jovem surrado ficou todo ensanquentado e falou que haveria vingança, que os agressores iriam morrer e chingava as boas moças de vadias, dizendo que elas que causaram tudo aquilo. Enquanto isso, paradoxalmente, ele ligava para a polícia.


Mais tarde vieram não uma, TRÊS viaturas da PM. Mas todos os participantes já haviam saído do local, exceto uma das boas moças, que incrivelmente acabou se engalfinhando (não, não estava brigando, estava se pegando) com o cara esquisito que foi consolar ela e a amiga. Falando nesta, ela ficou do lado de fora fumando com cara de tacho.
Nada como esse exemplo para notarmos quão evoluída está nossa raça no século XXI. Dois jovens muito bem educados, dois brutamontes finos, com classe e duas senhoritas de muita dignidade.