sábado, 13 de julho de 2013

PEARL JAM TWENTY

Estava assistindo o Pearl Jam Twenty, documentário da trajetória do Pearl Jam, e cheguei a algumas conclusões. Primeiro, comentando o doc, achei desrespeitoso eles não falarem nada sobre os bateristas da banda (fizeram uma esquete humorística de um minuto falando de todos eles, e falaram mais do Cameron, por ser o atual e por ter participado da história da banda). Excluíram os problemas especialmente com o Abbruzzese, que foi demitido da banda por motivos estúpidos e de vaidade do Eddie Vedder (senhor "não sou comercial"). Por outro lado, a parte mais interessante é a formação da banda, abordando o rico cenário de Seattle do fim dos anos 80 e início dos 90, que gerou o grunge, focando na banda Mother Love Bone, da qual Stone Gossard e Jeff Ament eram integrantes.

Outro fator interessante é ver que quem "destruiu" a banda também foi o próprio Eddie Vedder. Stone Gossard, cérebro da banda no início da carreira, disse no documentário que a partir do Vitalogy, quem tomou as rédeas musicais da banda foi o vocalista, e ainda disse que não gostou do resultado. Também é interessante o comentário do Jeff Ament sobre essa mudança. Ele diz que a banda buscava seguir os passos do Led Zeppelin, na questão de inovar a cada álbum, mas que o contrato com gravadora não permitia tanta "dedicação" no trabalho deles (é claro que ele não usou essas palavras, mas foi o que quis dizer). Outra coisa clara é que a falta de sintonia entre eles a partir dessa época, e que permaneceu até o incidente no Festival de Roskilde (onde, durante um show deles, 9 fãs morreram sufocados/pisoteados pela plateia). A partir dali a banda resolveu repensar a vida, época que marca com clareza o início da fase atual do Pearl Jam, que começou a produzir álbuns mais comerciais (Riot Act dois anos após o incidente). Engraçado pensar que no começo, eles reclamaram da mixagem do Ten e até do Vs. por ser excessivamente comercial. Comparando estes dois (melhores) discos do PJ com os atuais, são uma explosão de alternatividade e de autenticidade.

Também é interessante notar a união da banda, e, apesar dos problemas de ego e mesmo de personalidade e temperamento (Eddie teve uma infância dura, como várias letras das suas músicas sugerem). Além disso, ele sempre foi um cara autêntico. Chegar na premiação de um Grammy e dizer o que todos pensam "isso não significa nada", demonstra isso. Jeff também diz ter concordado com cada palavra, mas que não teria culhões para tê-las dito. Vedder ainda diz "não sei o sentido em dar um troféu para uma manifestação artística". Seria realmente engraçado a premiação do melhor artista plástico do ano. Stone também tira onda do prêmio, enquanto mostra a casa ele acha um Grammy jogado no porão (lembrando todas as paródias que os Simpsons fazem em relação a essa premiação estúpida).

Como os músicos dizem, "fritei" demais e esqueci o que mais tinha para falar, então é isso. O documentário é realmente interessante. É uma banda que tem história (que enfrentou a ticketmaster judicialmente, por exemplo), e na qual sua história teve notável influencia na sua música.

Nessa hora também é interessante lembrar que o Pearl Jam está para lançar um novo álbum, e que ontem mesmo revelou seu primeiro single. Uma música que foge da sonoridade da banda, com uma pegada punk (ritmo 2/2 acelerado, guitarras bem distorcidas, música curta). Particularmente gostei do resultado, me agradou mais que qualquer música do Backspacer, pior álbum da banda na minha opinião, e o mais comercial sem sombra de dúvidas.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O Jornalista de Redação na percepção apurada de um Gênio

Uma pequena verdade sobre os colegas de profissão. Espero que ninguem se ofenda.

"Nunca gostei de levar lá (na redação) os artigos, porque todo mundo era tão cheio de frescura, mas de frescura mesmo, um bando de metidos a besta e sem o menor motivo, ainda por cima(...)  Eram que nem os idiotas que tive que enfrentar quando entrei pela primeira vez na redação do jornal da Faculdade Municipal de Los Angeles em 1939 ou 1940 - todos aqueles bobalhões cheios de nove-horas, com viseira de jornalista na cabeça, a redigir os artigos mais sem graça e burros que se possa imaginar. Se dando tais ares de importância que não tinham nem a decência demonstrar que estavam vendo a gente ali, na barba deles. Pessoal que trabalha em jornal sempre foi a escória do ramo; qualquer faxineiro que recolhe modess usados numa latrina tem mais dignidade - evidentemente".


                                                                                                                   
Adendo 1: Bukowski por sorte não teve tanto contato com o telejornalismo (até teve, mas acredito que ele nem se dava ao trabalho de perder tempo com isso).

Adendo 2: Acredito que os jornalistas tenham essa soberba para compensar a falta de dinheiro. E também por acreditarem que realmente fazem um trabalho intelectual e de valor social (estou generalizando...em raros casos tem valor social e em menos casos ainda, valor intelectual, mas existe), quando já foram devorados pela alienação da técnica (o que é bem claro no caso dos jornais e sua factualidade).