quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

RETROCESSO - Civic 2012 mais parece a versão anterior do Civic atual

De uns tempos para cá, concorrer com o Toyota Corolla se tornou uma tarefa dificil entre os sedãs médios. Mesmo com a chegada de boas novidades, como Renault Fluence, Peugeot 408 e Volkswagen Jetta (ignorando o motor de Santana, claro), o Corolla manteve o reinado com folga. Motivo de preocupação para a Honda, que ainda se posiciona em segundo lugar da categoria através do Civic, mas está sendo afetada pelos novos modelos do mercado.

O grande problema mercadológico do modelo atual do Civic é que ele foge da proposta dos concorrentes e acaba afastando o carro do público que mais compra sedãs médios: o carro tem visual moderno demais, especialmente no interior, o que acaba atraindo os jovens e afastando os mais conservadores (compradores de Corolla).

Qual a solução que a Honda achou? Deixar o Civic 2012 mais quadrado (literalmente e figurativamente), e pior, mexer em algumas dádivas do modelo anterior. Vamos começar pela parte subjetiva. Visualmente o carro evoluiu por fora. Seus traços são bem mais atuais, abusa de vincos e acabou com os "cantos mortos" que existem no Civic atual. Por outro lado, o carro perdeu a imponência. Pessoalmente acho a nova traseira mais bela que a anterior - que considero muito exagerada - mas lembra muito a traseira do Honda City e tira um pouco da agressividade do modelo. A frente não mudou tanto, é praticamente uma leve evolução do Civic atual.




Agora vamos a parte prática. O interior novo se tornou bem mais conservador, mas continua com dois andares e velocímetro digital. O acabamento interno piorou e a construção do painel não parece tão bem feita quanto a do Civic atual. O ótimo freio de mão em S, que poupava espaço no console, foi substituído por uma alavanca convencional. O acelerador, que era fixado no assoalho e dava uma sensação de esporitividade - além de ser muito agradavel - foi trocado por um convencional, fixado por cima. Outro ponto negativo foi a diminuição do entre-eixos. A Honda afirma que isso ocorreu para melhorar a manobrabilidade do veículo, e que não compromete o espaço interno. De fato, os passageiro de trás ainda tem conforto que não encontramos nem em sedãs grandes, mas o ambiente parece estar menor. Para corrigir o problema do porta-malas (que tinha míseros 340 L, menos que o do Prisma por exemplo), a Honda colocou um estepe temporário. Enfim, o novo porta-malas tem apenas 10 L a mais que o do Prisma, com 449 L.



E o PIOR de tudo (na minha opinião): o belíssimo volante que ainda é utilizado no Fit e no City foi trocado por outro horroroso. Mas agora ele vem com comandos de rádio e velocidade em todas as versões.

E foi essa a única evolução. O Civic peca perante os concorrentes pela falta de itens opcionas. No modelo 2012 do Civic o ar condicionado será digital em todas as versões e também irá contar com teto solar, indisponível no carro atual. O Civic novo também ganhou um botão "Economy", que ajuda o motorista a guiar de forma econômica. É uma função que pode até ser válida em modelos como um Uno Mille Economy, mas além de totalmente inútil, chega a pegar mal em um carro como o Civic.

Ao visitar a concessionária para conhecer o novo modelo de um dos carros nacionais com melhor dirigibilidade, me decepcionei muito. Vi um modelo visualmente desevoluído e com algumas soluções modernas e criativas jogadas fora. Um modelo envelhecido para agradar o público conservador cujo modelo anterior não conseguia agradar com seu painel de "fliperama" (referência ao comparativo entre Civic e Corolla feito por Emílio Camanzi e Bóris Feldman, no qual obviamente o Corolla ganhou).
 

Os preços partirão de R$ 69.000 e irão até R$ 86.000.

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