terça-feira, 8 de julho de 2014

Robben vs. Messi (e um pouco do 7x1)

Poderia gastar o tempo escrevendo por horas sobre o jogo da seleção brasileira hoje. Um vexame anunciado e que todos se recusaram a ver. A mídia hipócrita seguiu o discurso da comissão técnica brasileira e cravou o Brasil como "favoritaço" (como disse Arnaldo Ribeiro, da ESPN, no início da Copa, mas que antes do jogo contra a Alemanha retirou este termo). O torcedor iludido seguiu a onda da mídia.

Mas algumas coisas são importantes de serem frisadas antes de iniciar a análise da outra semifinal. O Brasil entrou na Copa com uma equipe a nível de quartas de final (e conseguiu superar essa marca). Sempre destaquei que o Brasil só era candidato ao título pelo fator emocional e o fator 'casa'. Time e qualidade tática a seleção não tinha. Espero do fundo do meu coração que esse fato humilhante seja o gatilho para o início uma revolução no futebol brasileiro. É necessária uma limpeza da CBF, que só extrai e em nada contribuiu (da mesma forma que a FIFA, que conta com corja semelhante). Também é necessária uma revolução técnica, começando pelas categorias de base, e especialmente tática. O Brasil não possuí nenhum treinador de alto nível. É a hora da CBF contratar um gringo para comandar a seleção (lembrando que após a demissão de Mano, Guardiola se ofereceu para assumir a equipe) e implantar uma nova filosofia no nosso ludopédio (mas sem a mentalidade de 'perdeu? tá demitido', comum ao nosso futebol...aliás, mentalidade que também precisa ser modificada, tanto de dirigentes quanto de torcedores, e em diversos âmbitos, não apenas no de delegar culpa).


Para finalizar tal melancólico assunto, agora não adianta dizer que nenhum jogador presta ou que o Felipão é o culpado por tal resultado. O Brasil perdeu por ser pior tecnicamente e nulo taticamente. Mas a derrota de 7x1 não tem justificativa. Foi um daqueles acontecimentos do futebol que entram para a história, e que nunca são explicados de forma definitiva. Essa foi a equipe mais compromissada que vi usando a canarinho e não merece ser execrada em razão de uma expectativa ilusória.

Holanda x Argentina

Indo ao que interessa, amanhã temos a outra semifinal. E as expectativas são parecidas com as iniciais da partida entre Alemanha e Brasil, um pouco menos acentuadas. 

A Holanda vem como a equipe que tem jogado de forma mais correta na Copa. Apesar de pouca inspiração técnica (exceto por Robben, que vem sendo o melhor jogador da Copa, Van Persie, que faz uma Copa ruim mas tem muita qualidade, e Sneijder, que reencontrou o bom futebol após o gol contra o México), a Holanda vem agindo de forma correta para vencer os jogos. No primeiro turno foi a equipe com menor posse de bola, jogando exclusivamente em contra-ataques velozes. Nas oitavas e quartas foi forçada por México e Costa Rica a jogar, e se saiu bem, mesmo que sem brilho (vitória no último momento contra a primeira, e nos pênaltis contra a segunda, apesar do massacre). Inclusive, se a decisão chegar aos pênaltis, eu apostaria tudo na Holanda. Van Gaal mostrou um toque de genialidade ao colocar o goleiro Krul apenas para os penais. Não consigo compreender como as pessoas crucificaram o treinador holandês por tal movimento perspicaz. Em vez de colocar um jogador para cobrar um pênalti, colocou um goleiro para pegar cinco. A capacidade de decisão do goleiro é muito maior. Além disso, se convocam três goleiros, geralmente dois deles para não jogarem. Por que não aproveitar este fator e treinar um deles exclusivamente para as cobranças de pênalti? Surpresa ele ter feito isso em segredo, sem o conhecimento do titular Cillessen.

Segredos, inclusive, são o forte de Van Gaal. A cada jogo o time joga de uma forma, as vezes aparecendo com três zagueiros, as vezes com uma linha defensiva de quatro jogadores; as vezes com dois jogadores atacando pelos lados e um avançado, as vezes apenas com Robben revezando por ambos os lados e Van Persie na frente; entre outras várias variações táticas. Dessa vez as dúvidas são De Jong (volante aguerrido e marcador, importante para a Laranja) e Vlaar (zagueiro que vem se destacando na Copa), se recuperando de lesões (De Jong era dado como fora da Copa após o jogo contra o México, agora já está treinando novamente), Van Persie que foi poupado dos treinos hoje por problemas estomacais (esse é mais certo que jogue). Van Gaal também não economiza nas cornetadas para cima dos adversários. Disse que tinha mais medo de enfrentar a Bélgica, e que Messi não desempenha seu melhor futebol defendendo as cores da Argentina. Não sei se é uma boa estratégia cutucar os argentinos...

...que por sua vez entram em situação parecida com a do Brasil hoje. Um time que até tem demonstrado solidez defensiva (apesar da desconfiança para cima dos jogadores da retaguarda), e dificuldades na armação de jogadas. Também tem um desfalque pesado. Di Maria vinha sendo o jogador mais voluntarioso da Argentina na Copa, mesmo com pouca inspiração. Agora fica à cargo de Messi (mais uma vez), decidir a favor da Argentina. Apesar da diferença técnica de Argentina e Holanda serem menores do que a de Brasil e Alemanha, a Argentina tem até menos chances que o Brasil tinha. Os poucos fatores favoráveis aos hermanos são o apoio da torcida (que não deve ser maior que a pressão dos brasileiros presentes no estádio) e o poder de decisão do melhor do mundo.

Argentina tem uma missão quase tão ingrata quanto a que o Brasil teve. A Holanda é superior na Copa e mostra mais coerência tática. Messi pode ser fator de desequilíbrio, mas a Laranja possuí Robben, que vem sendo o melhor jogador da Copa.



segunda-feira, 7 de julho de 2014

Embate de GIGANTES

Amanhã é dia de clássico do futebol mundial. Momento peculiar na edição da Copa que estamos vivendo. Muitas surpresas (precisa dizer mais que 'Costa Rica'?) e poucos jogos entre gigantes (sobretudo na fase mata-mata, onde só França e Alemanha fizeram uma partida entre campeãs mundiais). Para quebrar a regra, simplesmente a disputa entre as duas maiores seleções da história das Copas. Eu sei, a Itália é tetra e a Alemanha tri, mas a Alemanha mostra a maior regularidade, tendo o mesmo número de finais de Copa do Mundo que o Brasil (7, 3 títulos e 4 vices), e quatro terceiros lugares (inclusive nas duas últimas Copas...e em 2002, relembrando, foi vice do Brasil).

Em meio a esse gigantismo todo, temos duas seleções muito distintas. De um lado a seleção mais faltosa/violenta da Copa (violência que ficou clara na última partida, quando os jogadores brasileiros abusaram das faltas duras para inibir Cuadrado e James Rodríguez, craques colombianos, e violência, que não coibida pelo juiz, culminou na lesão de Neymar...mas esse é outro papo que renderia muito). Do outro, temos a seleção que mais troca passes na Copa. 

Duas gigantes fugindo das suas características. Brasil, famoso pelo futebol arte, vem fazendo seu nome no Mundial através do futebol truculento característico dos times de Felipão (em 2002 foi parecido...menos violento e mais talentoso, mas igualmente bagunçado e igualmente comprometido em vencer a qualquer custo). Alemanha, caracterizada por um futebol objetivo e vertical, dessa vez segue o futebol envolvente (e frágil) desenvolvido por Pep Guardiola no Barcelona e mais recentemente no Bayern de Munique.

Mais do que nunca, o Brasil precisa se superar se quiser chegar as finais. Apesar da Alemanha ser uma equipe confusa graças ao treinador Joachim Löw, como já citei em análises anteriores, é o time mais técnico da Copa e também tem posse do elenco com mais possibilidades. O Brasil, também bagunçado, além de tudo conta com a falta de qualidade dos convocados. E no jogo de amanhã, tem dois desfalques de peso: Neymar e principalmente Tiago Silva.

O efeito emocional (casa e camisa) que vem carregando o Brasil perde forças diante da Alemanha. Chile, freguês eterno, e Colômbia, que se acovardou no primeiro tempo, não tiveram capacidade de enfrentar esta carga brasileira. Odeio admitir isso, mas no futebol, camisa e tradição tem muito peso. Mesmo no alto nível técnico e físico do esporte profissional, ainda falta culhões para a maioria dos times, o que limita as disputas em grande nível à poucos (Brasil, Argentina, Alemanha e Holanda? E a novidade, cadê?). 

Dessa vez a canarinho terá de apresentar alguma coisa em campo se quiser superar a imponente Alemanha, que mesmo com os problemas táticos causados pelo treinador, é a grande força a ser superada neste mundial.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Quartas de Final - Copa do Mundo 2014 parte I

Passada a surpreendente fase de grupos e a primeira etapa de eliminatórias, chegamos às quartas de final da Copa do Mundo com a mesa limpa. Agora só sobraram as melhores, e em vista da paridade demonstrada até aqui, todas são candidatas ao título. Segue uma análise dos jogos e as possíveis soluções de cada equipe para os jogos que seguem.


ALEMANHA x FRANÇA

Oponentes históricos dentro e fora de campo, França e Alemanha devem nos render o embate de maior qualidade técnica na Copa até então. Os momentos dos times são opostos. A França entrou desacreditada, mas demonstrou ter um grupo forte, além de valores individuais, e um comando firme nas mãos do campeão mundial Didier Deschamps. Já a Alemanha entrou como favorita, o melhor time no papel e em campo, mas as invencionices de Joachim Löw prejudicaram a qualidade tática da equipe e geraram muitas dificuldades em todos os jogos, exceto a goleada contra Portugal.

Ironia do destino, Löw recebeu uma triste ajuda do acaso. Com a lesão de Mustafi, não existe mais opção para a lateral direita se não Phillip Lahm. Uma das suas invenções se reparou naturalmente. Ainda sobre Höwedes pela esquerda. O zagueiro do Schalke 04 vem demonstrando grande dificuldade no apoio nas partidas da Alemanha. Löw joga com zagueiros nas laterais, mas não abre mão da subida deles ao ataque, o que compromete a defesa e a qualidade técnica da equipe pelos lados do campo. Outro problema grave da seleção está no meio de campo. O próprio técnico do Schalke criticou o uso de Höwedes pela lateral. A escalação de Löw com três volantes (antes Lahm, agora provavelmente Khedira; Kroos e Schweinsteiger) tira a característica vertical que consagrou o time alemão como o dono melhor futebol da Copa de 2010. Não obstante, Löw coloca Özil, um tradicional camisa 10, pelo lado do campo. Lhe falta cacoete e velocidade para jogar pela ponta. Do outro lado joga Götze, que se perdeu taticamente jogando no Bayern de Guardiola. Retirando um dos volantes (provavelmente Kroos, mais fraco na marcação), repondo Özil centralizado e jogando Thomas Müller pelo lado oposto a Götze já tornaria a Alemanha mais objetiva, e abriria espaço para Miroslav Klose no ataque, que busca o objetivo individual de bater o recorde de Ronaldo e se tornar o maior artilheiro da história das Copas.

A França, por sua vez, está tranquila. A campeão mundial que mais convenceu até agora tem poucos problemas táticos. A ausência de seu craque, Ribery, não foi sentida. Valbuena vem na melhor fase da sua carreira e Benzema fazendo gols importantes, sua zaga é segura e experiente, mesmo com a baixa média de idade. Até então sua grande dificuldade tem sido a lateral esquerda. Evra, do Manchester United, vem jogando mal tanto no apoio quanto na marcação. Contra a Nigéria, parecia desanimado, e foi em cima dele que todas as jogadas de perigo da equipe africana surgiram. A opção para a posição é Digne, jogador do PSG de apenas 20 anos. Também não me agrada a escalação de Debuchy pela direita. Vejo mais qualidade técnica em Sagna, futuro jogador do Manchester City.

Será um jogo complicado para a Alemanha, mas a sua qualidade técnica pode fazer a diferença, mesmo perante os equívocos de Löw. Já a França precisa manter a calma diante desse gigante e continuar com o mesmo futebol.


BRASIL x COLÔMBIA

Jogo da seleção brasileira nessa Copa é sempre difícil de prever. A questão emocional vem muito forte, e pode ser fator positivo ou negativo. Por enquanto, foi mais negativo do que positivo. Mas analisando os fatos concretos, o Brasil é um time perdido em campo, sem padrão tático algum, como costuma funcionar com Felipão. Em 2002 deu certo, graças ao talento individual do grupo, especialmente dos três R's: Ronaldo, Ronaldinho e Rivaldo. Esse ano, o Brasil só tem o Neymar, que se mostra imaturo para chamar a responsabilidade do jogo. Contra o Chile, o ex-santista recebeu três bolas sem marcação e em velocidade, e nas três conseguiu fugir da direção do gol e desperdiçar oportunidades. De qualquer forma, seu talento ainda pode definir. Contra a Croácia ele sentiu o peso do jogo e pouco apareceu, mas em um chute "despretensioso" marcou o gol que recolocou a seleção Canarinha na disputa.

A Colômbia tem a campanha mais sólida na Copa. Muitos colocam a culpa nos adversários. Basta lembrar no nivelamento do torneio e da eliminação tranquila do Uruguai, bicampeão mundial que desclassificou Inglaterra e Itália. Mas agora o nível de exigência emocional é muito maior e pode decidir. Mas voltando a falar de futebol, a 'Cafetera' vem sendo o melhor time da Copa. É dona da melhor defesa e de um dos melhores ataques, e não está 100% na competição. Já mostrou que gosta de jogar objetivamente, em direção ao gol e com poucos toques, especialmente na primeira fase, quando preferiu deixar a bola com o adversário e aproveitar bem suas chances. Já contra o Uruguai, os colombianos mostraram que tem capacidade de jogar com a bola no pé e comandar as ações da partida. Até agora, não deu chance para ninguém. Há de se destacar também a qualidade de James Rodriguez. O camisa 10 colombiano vem sendo o melhor jogador da Copa, dono da artilharia com 5 gols. Somado à suas duas assistências, temos um jogador que participou de 7 gols, 70% do produzido pelo time. Importância estatística que também pôde ser comprovada na prática. Contra o Japão, quando ele iniciou no banco, a Colômbia encontrou dificuldades na criação. Após a sua entrada, fizeram 3 gols e massacraram os nipônicos. Seu impacto em campo me lembrou do melhor jogador de todos os tempos, Zinedine Zidane, guardando as devidas proporções, é claro. É bom lembrar que, assim como a França, a Colômbia também não dispõe de seu principal jogador, Radamel Falcão García, na minha opinião melhor centroavante do mundo hoje. Ainda assim, tem 10 gols em 4 jogos.

O Brasil precisa encaixar algum futebol, precisa de criatividade no meio campo (o que não existe, analisando as peças), fortalecer a marcação nas laterais e principalmente, usar o fator casa a seu favor. Já a Colômbia não pode ceder a pressão de jogar com a maior campeã mundial da história na casa dela. Contado apenas o futebol, a Colômbia passaria do Brasil sem grandes problemas.

terça-feira, 17 de junho de 2014

É isso aí Felipão...

Ao contrário da maioria, eu concordo com as palavras de Felipão na coletiva pós-jogo hoje!

Ele foi muito honesto assumindo sua incompetência, sem querer. Ele simplesmente assumiu que a Copa das Confederações não significou nada (como nunca significará...serviu pouco mais que uma sequência de amistosos para acertar o time), e assumiu que não tem um time formado nas mãos. Se a seleção está em processo e formação e evolução agora, na Copa, deméritos dele (que na hora de botar pilha, disse que o favoritismo era nosso).

Claro, o Brasil não tem seleção para ganhar a Copa. Se ganhar, é por jogar em casa, por questões emocionais e não técnicas.

Concordo também, que houve evolução no futebol da seleção em relação a estreia. O Brasil jogou melhor sim, criou mais e não permitiu infiltrações mexicanas (apesar do México ter hesitado muito em atacar pelos lados, quando os laterais brasileiros permitiam qualquer ultrapassagem). Mas se Felipão está contente com a evolução, e acredita que essa melhora de 10% (segundo ele) por jogo é suficiente, corre o risco de ser eliminado na primeira fase ainda.

E após a eliminação não vale papinho de "não tive tempo de montar um time" (que seria a extensão do discurso de hoje). Quando ele aceitou o cargo, sabia que haveria pouco tempo de preparação e sabia que as opções eram escassas e fracas. Ele assumiu a responsabilidade, agora não pode se eximir dela. E isso ele tentou fazer hoje, ao reclamar da imprensa ter falado tanto no pênalti inventando pelo japonês na primeira rodada, dizendo que o juiz não marcou nenhum pênalti hoje (em especial, um no Marcelo) graças a esse papo. Então, se os juízes não roubarem a favor do Brasil, a taça não vai ficar por aqui?

Outro sinal da fuga de responsabilidade é a postura de Felipão na beira do campo. Ele passa grande parte do tempo pressionando o árbitro, na maioria das vezes, sem razão. É Felipão...quem sabe com mais uma ajuda da arbitragem a situação fique mais tranquila.

De qualquer forma, a mídia burra é culpada por qualquer decepção do torcedor. Foi inventado que o Brasil era uma máquina e que seria o campeão sem grandes dificuldades. E ao primeiro sinal de dificuldade, o clima de cordialidade e de oba-oba começa a se dissipar e as críticas se acentuam. Até entendo o Felipão ficar de saco cheio (mas quando era o Dunga não podia...).

Dinossauro tático

Que o Felipão é pragmático e antiquado todo mundo sabe. Por outro lado, o lado motivacional dele (em seleções, já que em clubes ele deu muitos fiascos...no Palmeiras dizia a cada jogo que seus jogadores não prestavam; no Chelsea, criou um clima insustentável até ser derrubado) é inquestionável. Mas será que é possível, apenas com motivação e um fraco apoio da torcida coxinha de seleção (que hoje foi engolida pela minoria mexicana, que contava com torcedores de verdade), conseguir bater times como a Alemanha?

Felipão demonstrou mais uma vez sua falta de criatividade. Escalou Ramires, que não era o reserva direto de Hulk (ligeiramente ousado nesse ponto). Não deu certo e ele o substituiu pelo fraquíssimo Bernard (reserva imediato de Hulk). Não deu certo. Fred atrapalhava mais do que ajudava. Quem entrou? Jô, para fazer a mesma função de cone. Oscar jogava muito mal. Quem entrou? William, que só pode substituir o próprio Oscar na cabeça de Felipão. Enquanto Lahm joga de volante, Khedira avançado, Özil aberto e Müller de último homem, Felipão não consegue escalar William no lugar de Hulk (função que ele faz bem), ou substituindo Fred por um jogador que ajude a compor o meio campo ou seja uma opção de velocidade em um momento de necessidade.

Dia dos erros de treinadores

Felipão vacilou hoje, mas não foi o único. Capello e Wilmots não deixaram nosso treinador sozinho. O primeiro já errou na convocação. Sobre o pretexto de "preparar a equipe para a Copa de 2018, na Rússia", Capello tirou do grupo nomes importantes, como o hábil Arshavin e os atacantes Pavlyuchenko e Pogrebenyak. Tudo bem, eles provavelmente não terão condições de defender a Rússia em 2018, mesmo sendo nomes importantes para a equipe hoje. Mas hoje Capello escalou a equipe com Denisov e principalmente Kerzhakov e Dzagoev, os melhores jogadores da equipe, no banco. Três jogadores de qualidade, especialmente os dois últimos, que melhoraram e muito a equipe quando entraram no segundo tempo. Denisov também foi colocado, e o erro foi reparado. Mas já era tarde. Com a falha de Akinfeev, a Coreia do Sul abriu o placar. A Rússia conseguiu o empate com Kerzhakov após rebote do goleiro coreano em chute de Dzagoev, escancarando mais ainda o erro na escalação. Ainda assim o empate não foi mal resultado. A Rússia depende das suas pernas para classificar, basta o supervalorizado Capello (treinador mais bem remunerado do mundo) não cometer o mesmo erro.

 
Wilmots cometeu erro semelhante. Escalou a equipe com Chedli de ponta direita, e Dembelé de volante. Chedli se esforçou e pouco produziu. Dembelé bateu muito e jogou pouco. Enquanto eles estavam em campo, três dos principais jogadores da equipe estava no banco: o volante/meia Fellaini, famoso pela cabeleira avantajada e os velocistas Mertens e Mirallas. Eu, particularmente, teria escalado Mirallas. Mas Mertens entrou logo no intervalo, substituindo Chedli, e Wilmots reparou seu primeiro erro. O jogo não mudou muito, até a reparação do segundo erro. Fellaini substituiu Dembelé e fez o gol de empate. Logo em seguida, Mertens fez o seu. Assim como aconteceu com Capello, os jogadores responderam em campo o porque devem ser titulares. Que a Bélgica também seja melhor escalada nos próximos jogos, e desenvolva seu grande potencial.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

ALEMANHA - A Vanguarda do Futebol Mundial

Primeiramente gostaria de atentar ao fato de que este tópico não foi pensado pelo resultado do jogo de hoje entre Alemanha e Portugal. De forma alguma foi um resultado surpreendente. A superioridade da Alemanha garantia absoluto favoritismo, a ponto de uma goleada não chamar a atenção.

A seleção alemã já é há algum tempo uma referência em tática no futebol mundial. A Alemanha de 2010 ditou os rumos tomados pelo futebol mundial nos anos seguintes. O 4-5-1 (4-2-3-1) sólido defensivamente e mortal no contra-ataque foi adotado por vários dos principais clubes e treinadores do mundo (Real Madrid, Bayern de Munique, Borussia Dortmund, Arsenal, Liverpool, etc.). Claro, o esquema não foi inventado por Joaquim Löwe, e os times citados trabalham com variações do esquema alemão da última Copa, e jogam de formas particulares. Mas o padrão tático, especialmente trabalhando com dois volantes completos, de boa marcação e boa armação e o contra-ataque em "bloco" tem muito da Alemanha.

Em sua estreia na Copa, a Alemanha fugiu do tradicional 4-2-3-1 e buscou um 4-3-2-1, com três volantes (Lahm, Kroos um pouco mais atrás e Khedira mais solto) e dois jogadores abertos pelos lados (Özil pela direita e Götze pela esquerda, ambos com os pés trocados). Meu ressalto neste momento não é exatamente ao desenho tático escolhido por Löwe, que na minha opinião foi equivocado (mesmo com a goleada). O grande mérito da atual seleção alemã é a versatilidade dos jogadores.


Falando nos jogadores, uma coisa é necessária de se salientar: a qualidade técnica. Todos os jogadores - do goleiro ao centroavante - tem muita qualidade nos fundamentos básicos do futebol. Qualquer jogador tem condições de efetuar um lançamento se estiver apertado (bom exemplo para o zagueiro Hummels, que, no seu clube, quando a retranca adversária é forte e efetiva, ele ajuda na armação do Borussia). Outro exemplo de qualidade técnica absurda é Toni Kroos. O meia do Bayern é, na minha opinião, o melhor lançador do futebol mundial. Tem grande qualidade no passe e é o coração da equipe de Pep Guardiola, fazendo a bola girar com suas excelentes viradas de jogo. Além disso, Kroos joga em qualquer lugar do meio de campo, até pelos lados, mesmo tendo mais afinidade técnica para jogar centralizado.

Isto posto, voltamos ao ponto chave da Alemanha. E versatilidade pôde ser vista em campo hoje. Löwe escalou uma linha de quatro zagueiros; dois deles jogando improvisados como laterais. *TORCEDOR BRASILEIRO: retranqueiro desgraçado esse Löwe! tem o melhor lateral direito do mundo, coloca ele como volante e coloca um zagueiro na lateral direita e outro na esquerda*. Bom, a torcida e imprensa alemã também chiou com a escalação alemã de hoje. Philipp Lahm de volante já não é tão incomum, já que supracitado, já que Guardiola utilizou ele muito nessa função durante a temporada (ainda assim, é mais um sinal de versatilidade do lateral que joga por ambos os lados). Outro volante, Sami Khedira, que teoricamente seria o mais marcador dentre os três escalados, foi o mais ofensivo. As infiltrações pelo meio de campo se deram sempre através do jogador do Real Madrid. Já pelos lados, Löwe abriu dois jogadores que eu prefiro ocupando espaço mais central, especialmente Özil, que sempre jogou centralizado como armador. E no ataque?

Thomas Müller, símbolo maior da versatilidade alemã

Bom, no ataque ficou um dos jogadores mais fantásticos da história do futebol, Thomaz Müller. Quem me conhece deve achar que eu sou um hipócrita ao adjetivar o jogador do Bayern dessa forma. Pois bem, Müller não é um jogador que se destaca tecnicamente. Não é veloz, não é um exímio finalizador, não tem uma qualidade de passe semelhante a de Kroos ou Özil. O que sobra para ele? Ser o jogador mais versátil da atualidade, e um gênio tático. 
       Müller está sempre marcando gols. Mais de 100 gols pelo Bayern, 20 gols (contando os de hoje, que acumulam 8 em Copas) pela seleção, tendo apenas 24 anos de existência. Ainda assim, não me lembro de nenhum golaço dele. Hoje ele assinalou 3: um de pênalti, um de reflexo a um corte errado da zaga e outro de rebote. Três gols "feios" e "achados". Mas poucos jogadores do mundo tem tanta facilidade em achar gols.
        Ele iniciou a sua carreira como meia jogando pelo lado do campo, como foi utilizado em 2010, formando linha com Podolski e Özil. No Bayern, com a chegada de Robben em 2009, o alemão começou a jogar mais centralizado no meio de campo. Hoje, ele foi escalado como último homem, como - segundo dita a descolada gíria atual do futebol - "falso 9".
       Müller não joga futebol da forma tradicional. Não é adepto do futebol arte. Não sai driblando em velocidade como faz Messi. Não chute forte de longe como Cristiano Ronaldo. Não figura entre os melhores do mundo. Mas Müller está sempre lá, sendo decisivo no futebol de mais alto nível. Hoje, até os 30 minutos do segundo tempo, quando a formação havia mudado com as substituições, Müller foi o homem solitário de ataque, mas que jogou por três. Referência quando necessário, movimentando-se para os lados do campo para ajudar na criação de jogadas e abertura de espaço para as chegadas de trás (especialmente de Khedira), correndo MUITO sem a bola tentando criar espaço nas costas dos zagueiros. Na verdade, a Alemanha de hoje não jogou num 4-3-2-1, mas sim num 4-3-2-3. 
      Portugal certamente estaria mais feliz hoje se fosse proibido jogar com um jogador tão polivalente e ativo quanto Müller. Provavelmente Pepe teria estado mais calmo em campo e não seria expulso. De qualquer forma, não evitaria a derrota portuguesa, mas talvez diminuísse a humilhação lusitana. Mas seria uma pena proibir este nível de brilhantismo tático. É o futebol sendo descomplicado. É um objeto de motivação para jogadores que não tem nenhum recurso físico ou técnico sobressalente. Através de MUITO estudo do futebol e MUITA dedicação, é possível se tornar um Thomas Müller. Já se tornar um Messi, um Zidane, um Ronaldo é impossível. Ou você nasce um Zinedine Zidane, ou você se dedica para se tornar um Thomas Müller.
        E além de Müller, Kroos, Lahm, não podemos esquecer do lesionado Schweinsteiger, um dos melhores jogadores da atualidade. Jogador que iniciou a carreira como lateral e se destacou jogando como meia pelo lado esquerdo, de repente se tornou o melhor volante do mundo, sendo inteligente, habilidoso, bom no passe e na marcação. Dado curioso é que os quatro jogadores tem a mesma formação, pelo Bayern...
Alemanha é minha favorita à Copa há muito tempo, e ainda aposto neles para levar o título. 

Breve destaque para a seleção Belga, que figura entre as melhores da Copa. Eles vão aprontar!

Índice da Copa do Mundo 2014 - Grupo C

Temos nosso primeiro grupo sem candidatos ao título mundial. Apesar disso, o grupo C é talvez o mais equilibrado desta edição da Copa do Mundo. Uma sul-americana de segundo escalão, uma europeia de terceira, uma africana e uma asiática. A princípio todas podem classificar e todas podem fracassar.

Colômbia

A Colômbia vem sem seu principal jogador e um dos melhores atacantes da atualidade, Falcão Garcia, mas tem uma equipe com qualidade que não víamos a tempos por lá. Claro, não se compara a equipe dos anos 90, liderada por Valderrama e composta por Rincón, Asprilla, Córdoba e outros grandes nomes, que muito me marcou na época. Curiosamente, um dos jogadores que compôs a seleção na década de 90 - e até se destacou na Copa de 98, substituindo Córdoba - ainda está presente na lista de convocados: o goleiro de 42 anos Faryd Mondragón. É o jogador mais velho da Copa e atualmente está sem clube, mas vem bem acompanhado do zagueiro Mário Yepes, ex jogador do Milan de 38 anos, atual Atalanta. Apesar destes dois nomes, é uma seleção bastante jovem, já que eles são os únicos acima dos 30 (a média de idade do grupo é de 27 anos, mesmo com estes atletas jurássicos). 
       Quase todos os convocados figuram em importantes clubes europeus, o que os dá experiência em competições importantes, de nível continental. Destaque especial para o meio de campo, que conta com Guarín, da Inter de Milão e James Rodríguez (considerado no país como novo Valderrama) do Mônaco e a linha defensiva composta de jogadores que atuam na Itália.

Classificação: C- Dificilmente passa das oitavas, devido aos prováveis adversários do grupo D, mas é a mais candidata a classificação no C.

Craque: O novo Valderrama, James Rodríguez, é um meia hábil e inteligente. Sua habilidade em criar jogadas será a principal arma colombiana.

Fique de olho: O goleiro David Ospina, de apenas 25 anos já pode ser considerado um veterano, com seus 43 jogos pela seleção. Além disso, sua segurança lhe garantiu posição cativa no Nice, clube em que atua e é titular há anos.


Grécia

A envelhecida seleção grega ainda tem como base muitos atletas que ganharam a Eurocopa de 2004. Famosa pela defesa sólida e estatura privilegiada, a equipe que costuma ser um filtro para as seleções maiores na primeira fase da Copa, dessa vez tem condições de conquistar a vaga para as oitavas e vem como segunda cabeça de chave do grupo, ainda que eu acredite que a outra classificada será a Costa do Marfim (que, espero, pare de me decepcionar como em 2006 e 2010).

Classificação: D- Não deve surpreender ninguém, mas pode chegar às oitavas tranquilamente.

Craque: Com o sobrenome complicado e que nem cabe na camisa, Papastathopoulos é mais conhecido pelo primeiro nome, Sokratis. O zagueiro teve uma boa temporada atuando como titular do Borussia Dortmund, devido a lesão do titular Subotic.

Fique de olho: O mais jovem do ataque grego Kostas Mitroglou é um dos destaques do time. Dividindo posição com Gekas, Salpingidis e Samaras, jogadores experientes em vestir a camisa da seleção, Mitroglou se destaca pelo bom posicionamento de área. Essa Copa pode ser a chance perfeito do jogador, tido como eterna promessa, despontar, apesar de sua condição física incerta devido as frequentes lesões durante a temporada.

(FICOU POR AQUI, ISSO FOI FEITO HÁ UMA SEMANA)

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Índice da Copa do Mundo 2014 - Grupo B

Prosseguindo na análise dos grupos da Copa do Mundo, chegamos no grupo de onde sairá o adversário brasileiro das oitavas de final e o possível adversário da semifinal. O Grupo B tem destaque especial por abrigar as finalistas da última edição do mundial: a campeã Espanha e a vice Holanda. Além das duas candidatas ao título, o grupo também abrange a forte seleção chilena, e uma das babas, Austrália.

Espanha

A atual campeã mundial, que chegou em Curitiba ontem para iniciar os trabalhos no CT do Caju, vem tão forte quanto chegou na África do Sul. O que diferencia as duas equipes é o menor brilho com que imprensa e torcedores do mundo todo enxergam a Fúria que chegou ao Brasil, devido ao fracasso na Copa das Confederações. Mal lembram que em 2009 a seleção foi eliminada do mesmo torneio (que pouco vale) na fase de grupos, e no ano seguinte ganhou a Copa. Mal lembram que a Espanha ainda é bi-campeã da Eurocopa. Mal lembram que a final da Champions League foi disputada por dois clubes do país (o que em 2013 foi colocado como ponto forte para a seleção alemã). Parece que acreditam o sucesso da Espanha está ligado diretamente ao Barcelona.
       De qualquer forma, a Fúria é uma das favoritas ao título e vem, junto com a Alemanha, com a melhor seleção no papel. Todos seus jogadores são membros importantes de times de ponta do velho continente. O grupo carrega uma conquista mundial e duas europeias na bagagem, o que garante bastante experiência. Ainda assim, a média de idade do time é de 28 anos, arredondando para cima. Ou seja, a Espanha está no seu auge. Pode-se dizer que apenas dois jogadores não desempenham mais o mesmo futebol que desempenhavam em 2010: Xavi e Villa.
       Isto posto, acredito que a Espanha se classifique como líder do grupo B e livre o Brasil da revanche da final da Copa das Confederações ao menos nas oitavas de final.

Classificação: A- Forte candidata ao bi.

Craque: Craque do Barcelona, Andreas Iniesta parece melhorar a cada ano que passa. Dono de uma classe invejável que chega a esboçar um pouco do talento de Zinedine Zidane, Iniesta é completo. Habilidoso, inteligente e tático, é um dos candidatos ao título de melhor jogador da Copa, e sem dúvidas, figura entre os melhores do mundo.

Fique de olho: O atacante brasileiro naturalizado espanhol Diego Costa pode ser o destaque Espanhol. Símbolo de 'não patriotismo' na vista distorcida de Luis Felipe Scolari e de muitos outros brasileiros, pode ser protagonista de uma eliminação precoce brasileira nas oitavas de final. Ainda não tem muito entrosamento na Fúria e vem uma lesão, então seu desempenho é uma incógnita. Mas o centroavante é tido como a solução de um problema existente desde a aposentadoria de Raúl: o ataque ineficaz. Torres, Soldado e até mesmo o maior artilheiro da história da seleção, David Villa, não se firmaram na posição.



Holanda

Já a Laranja por sua vez vem enfraquecida se comparada à equipe vice de 2010. Poucos jogadores figuram nos principais times europeus e muitos jogam na Eredivisie, a enfraquecida liga nacional holandesa. Ainda assim é uma seleção tradicional em Copas, e sempre candidata ao título. Mesmo em 2010, ninguém acreditava que a Holanda chegaria em uma final. É a única seleção que não foi campeã e que sempre impõe respeito nas adversárias. Apesar do momento sem brilho, pode ter a sua primeira vez no Brasil. Previsibilidade não é marca característica da Copa do Mundo mesmo...

Classificação: B- Pelo elenco renovado, inexperiente e sem grandes revelações fica no grupo de seleções que podem até serem campeãs, mas não se estabelece entre as favorita.

Craque: Podem se preparar para correria, chutes potentes e muitos cortes para a esquerda previsíveis mas 'impreviníveis'. Sim, falo de Arjen Robben, jogador do Bayern de Munique. Parece que ele corrigiu seu último defeito - ser pipoqueiro - com o belo gol na final da Champions League no ano passado. Figura entre os melhores do mundo e também pode terminar entre os craques da Copa.

Fique de olho: Dispensando comentários, Robbin Van Persie vem no melhor momento da sua carreira. Atacante completo, veloz, forte, habilidoso e excelente finalizar (em qualquer condição), é também um dos principais nomes da copa. Outro jogador que ainda merece destaque, mesmo estando escondido no Galatasaray, é Wesley Sneijder. O subestimado meia simplesmente levou a Internazionale à uma tríplice coroa (Champions League, Italiano e Coppa Itália) e a sua seleção a uma final de mundial, tudo isso em 2010. Sem dúvidas foi o mais importante jogador daquela temporada mas na briga pela Bola de Ouro ficou apenas em quarto, atrás do trio Messi, Iniesta e Xavi, do Barça.



 Chile

Desde 98, quando possuía a dupla de atacantes Salas e Zamorano, o Chile não entra em uma Copa com tanta moral. E dessa vez a equipe é até melhor que aquela que, como de costume, caiu para o Brasil nas oitavas. Pode ser que o destino seja cruel e se repita, já que o Chile é grande candidato a roubar a vaga da Holanda (ou da própria Espanha, quem sabe?).
       Do meio para a frente, a seleção chilena é sólida e conta com um elenco completo, incluindo um bom banco de reservas. Destaque para o grande  número de jogador que atuam no Calcio (9 ao todo), e para os conhecidos dos brasileiros: Aránguiz, destaque do Internacional na temporada, Valdívia, meio com 7 anos de Palmeiras nas costas e Eduardo Vargas, veloz atacante ex Grêmio e atual Valência.

Classificação: C- Não figura entre possível campeões, mas vai dar trabalho a Espanha e Holanda, que se bobearem ficam sem a vaga para as oitavas.

Craque: Maior preocupação da seleção chilena, Arturo Vidal se recupera de artroscopia e ainda pode ser cortado. O volante da Juventus é um jogador completo, de muito potencial físico, bom marcador e bom nas subidas ao ataque. Também conta com um chute potente e é exímio batedor de penaltis, sendo o principal da Vecchia Signora, estando a frente até de Pirlo nas penalidades máximas.

Fique de olho: Em meio aos vários talentos, destaco três: o lateral direito que também joga de volante Isla, também da Juventos, o meia Aránguiz do Inter de Porto Alegre e é claro, Alexis Sanchéz, jogador do Barcelona que reveza vaga com Neymar.




 
Austrália
Da equipe australiana não há muito o que falar. Talvez o dado mais relevante é de que os turistas australianos estão entre os que mais gastam. Quanto ao time, vai perder todos os jogos e pode ter importância na decisão do segundo lugar do grupo devido ao saldo de gols.

Classificação: E- Saco de pancadas.

Craque: O experiente meia-atacante Tim Cahill, que atuou por 8 anos no Everton da Inglaterra e hoje atual na Major League Soccer ainda é o destaque da equipe.  

Fique de olho: O capitão Mile Jedinak, do Crystal Palace, é um dos principais jogadores da equipe. Volante grandalhão, com 1,89 m, é uma arma no jogo aéreo australiano.

 

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Índice da Copa do Mundo 2014 - Grupo A

Depois de muito tempo sem escrever, decidi praticar um pouco fazendo um resumo da expectativa para cada grupo, e falando um pouco sobre cada seleção que irá participar da Copa.

Antes de tudo, uma pequena explicação de classificação de seleções. Vou subdividi-las em 5 grupos: A para as melhores equipes, as favoritas ao título; B para seleções forte e com chance de surpreender; C para as seleções que podem passar de fase e darão trabalho as favoritas na primeira fase; D para as seleções fracas, mas que ainda podem incomodar; para as babas o grupo E, prováveis lanternas nos grupos, e que podem decidir a classificação das outras pela quantidade de gols sofridos.

Sendo assim, vamos começar pelo começo:

GRUPO A

Expectativas: O grupo A é um dos mais equilibrados dessa edição da Copa, e um dos poucos sem nenhuma baba. Se o script for seguido, Brasil classifica em primeiro, e a segunda vaga é disputada entre as três outras seleções, com um ligeiro favoritismo para a Croácia, e tendo o México como a classificação menos provável, mas é um grupo em aberto e todos tem alguma chance.


Brasil

Dentro do Brasil, já somos campeões. Imprensa, torcida, comissão técnica e jogadores já assumiram o papel de franco favorito. O que é um completo equívoco, já que nossa seleção não está nem entre as melhores. Mais uma vez o imediatismo tomou conta do país, cuja cultura esportiva pode ser definida como patética. Antes da Copa das Confederações a seleção era digna de piedade, depois se tornou a maior seleção de futebol do mundo (*na cabeça de torcida/imprensa). O fato é que haverá cobrança excessiva da torcida nos jogos em que o Brasil não conseguir desempenhar um bom futebol. Os jogadores estão com uma carga extra sobre suas costas (não bastasse o fato de jogarem em casa), e um possível fracasso teria consequências catastróficas. 
       Das equipes brasileiras que eu vi na Copa, essa está entre as mais fracas. Ao contrário de 2002, 2006 e até 2010, temos poucos jogadores em destaque no cenário internacional. Neymar, o craque da seleção, não é nem titular absoluto do Barcelona. Só no Brasil ele é colocado entre os melhores do mundo. Em uma lista realista, não fica nem entre os 20 principais futebolistas do mundo. O resto do meio de campo, formado por Luiz Gustavo, Paulinho, Hulk e Oscar não tem nenhum nome com o peso de um Kaká e um Ronaldinho Gaúcho em 2006, ou do Rivaldo em 98 e 2002. O nosso ponto forte é a defesa, que é vista no mundo todo como uma das melhores, se não a melhor, tendo todos os jogadores como titulares de grandes equipes (mesmo com Daniel Alves sendo contestado no Barça e provavelmente saindo do clube após a Copa, e Marcelo sempre revezando com Coentrão no Real Madrid).
       Claro, essa é uma estratégia psicológica do Felipão para dar confiança a equipe, e de lidar com uma responsabilidade grande. Mas - mesmo que dessa vez esteja se trabalhando mais forte pelo objetivo do que nas outras -  essa mesma mentalidade já garantiu grandes frustrações. Em 1950, o Brasil entrou na Copa proclamado campeão pela nação. Perdeu uma final que se iniciou após um discurso (do prefeito ou governador do Rio na época, não me recordo o cargo no momento), dizendo que a vitória era obrigação que seria cumprida pelos jogadores sem nenhuma dúvida. O Brasil fracassou, e o episódio é lembrado até hoje como um dos mais impactantes da histório do nosso futebol. Em 2006 o Brasil era favorito perante o mundo, mas não conseguiu convencer e acabou eliminado pela França liderada pelo gênio Zidane. Para justificar seus fracassos, o Brasil estigmatizou o goleiro Barbosa em 50, e Roberto Carlos em 2006 (claro, Roberto Carlos, de 1,70m, deveria marcar o Henry, de 1,88m, em um cruzamento em profundidade...isto certamente evitaria o gol). Essa mania de justificar derrotas também faz parte da cultura patética a qual havia me referido acima, que pode ser vista em todos os esportes, mesmo individuais.
       Mas sendo mais prático, Brasil está sim entre os principais favoritos pelo fator CASA. Em termos de time, não colocaria junto com Alemanha ou Espanha, por exemplo.

Classificação: A- Candidata ao título e provável líder do Grupo

Craque: Neymar, o menino com talento de sobra e grande número de recursos técnicos em campo - desde um drible desconcertante parado à um chute de longe ou uma simulação digna de Oscar (o prêmio de cinema, não o colega de seleção).
Fique de olho: Willian. Dono de uma temporada irrepreensível no Chelsea, onde é titular, possivelmente roube a vaga do Oscar durante o torneio (Oscar que terminou a temporada como reserva na equipe inglesa).

  


Croácia
Outro cabeça de chave do Grupo A, a Croácia vem forte para a Copa. Time de jogadores muito fortes fisicamente, como a Sérvia, que acabou de enfrentar o Brasil em amistoso, a Vatrani conta também com jogadores de qualidade técnica, como o volante do Real Madrid Luka Modric e o atacante do Bayern Mario Mandzukic, Niko Kranjcar que fez sua carreira pelo futebol inglês, o ex Schalke 04 e atual destaque do Sevilla, campeão da UEFA Europa League, Ivan Rakitic, entre outros bons nomes. Não é candidata ao título, mas é a seleção mais forte do grupo no papel depois do Brasil. Pode surpreender como em 1998, quando foi terceiro lugar da Copa na França.

Classificação: C- Não entra como candidata ao título, mas pode surpreender.

Craque: Luka Modric, o coração e motor do Real Madrid. Volante rápido, com excelente qualidade de passe e armação de jogadas, boa aproximação e chute da distância, além de grande marcador. Pode gerar contra-ataques de onde menos se espera.

Fique de olho: Mario Mandzukic. Atacante com qualidade de finalização, ótimo posicionamento e dono de uma inteligência tática diferenciada. Um atacante que se movimenta bastante, não se limitando a ficar na área segurando zagueiro, e ajuda muito na marcação de saída de bola. Um dos símbolos do Bayern de Jupp Heynckes, campeão da Champions League 12/13.



México

Graças à vitória de última hora dos Estados Unidos sobre o Panamá nas eliminatórios, o México, seleção de tradicional presente nas Copas do Mundo, teve a chance de se classificar em jogo da repescagem contra a Nova Zelândia. Confirmado o favoritismo, o México entra no Grupo A sob desconfiança. Seu jogador em melhor fase, Carlos Vela, recusou convocações recentes e preferiu não jogar a Copa. Dessa forma, sobrou uma equipe com vários jogadores da liga nacional e duas eternas promessas no ataque: Giovani dos Santos, que já passou por Barcelona, Tottenham e Galatasaray, entre outras equipes, e não conseguiu se firmar, e Javier 'Chicharito' Hernandez, jogador do Manchester United que se destacou pela capacidade de fazer gols, mas que está em má fase.
       A equipe é minha principal candidata para a lanterna do grupo A, mas tem capacidade de bater de frente com os outros times do grupo e até conquistar a classificação.

Classificação: D- Talvez a melhor seleção dentre as com essa classificação. Pode ir para as oitavas, mas é também candidata à lanterna (reflexo de um grupo nivelado).

Craque: Chicharito. Não é um grande jogador, mas é um atacante com timing, sabe se posicionar e estar na hora certa e lugar certo. Resultado disso são os 32 gols em 50 jogos pelo México.

Fique de olho: Carlos Peña. Meia do León e autor de um gol contra o Flamengo na libertadores, o jogador de apenas 24 anos já tem 81 jogos com a camisa da seleção tricolor e 19 gols marcados. Inteligente, o meio tem grandes chances de ir para o futebol Europeu se desempenhar o seu melhor futebol durante a Copa.



Camarões

Contrariando o estereótipo de seleções africanas, Camarões é dona de uma poderosa defesa. Some-se isso a um contra-ataque veloz, e você tem um oponente perigoso. Grande partes de seus jogadores figuram no futebol Europeu, e a seleção conta com nomes de ponta, como o zagueiro Matip, destaque do Schalke 04, Alexander Song, volante ex-Arsenal e atual reserva (injustamente) no Barcelona, e o atacante Samuel Eto'o, que dispensa qualquer comentário. Estes três jogadores garantem solidez em cada setor da equipe e muita qualidade técnica. É uma seleção forte, e acredito que dispute com a Croácia pela segunda vaga do Grupo A.

Classificação: C- Possui bons jogadores e um time taticamente acertado. Como em toda Copa, os africanos costumam surpreender e dar trabalho à grandes seleções. Camarões tem esse potencial.

Craque: Samuel Eto'o, o atacante que formou dupla com Ronaldinho Gaúcho em um Barcelona histórico pode estar disputando sua última Copa do Mundo. Aos 33 anos ainda mantém o bom futebol, tendo jogado na temporada passada pelo Chelsea.

Fique de olho: Matip e Song. O zagueiro é titular absoluto do Schalke 04, foi um dos destaques desta Bundesliga e tem apenas 22 anos. Tem tudo para se destacar na Copa. Já o volante de 26 anos já tem experiência em mundiais. É um primeiro volante de forte marcação, mas também conta com uma visão de jogo privilegiada, podendo deixar os companheiros em condições de gol com passes em profundidade. É injustamente reserva do Busquets no Barcelona, como também foi o marfinês Yaya Touré, hoje um dos melhores jogadores do mundo defendendo o Manchester City. 

 






quinta-feira, 3 de abril de 2014

E a ditadura acabou?

Queria fazer um texto sobre a hipocrisia de toda essa movimentação de "relembrar as mazelas da ditadura", mas infelizmente perdi o que estava escrevendo e não vou escrever de novo, então fica aqui, em tópicos, sugerindo uma reflexão:



- A ditadura foi absurda, oportunista e paranoica;
- Mas e hoje? As coisas melhoraram muito?
- A polícia militar mata em 5 anos mais gente do que a ditadura matou em 25, e em grande parte dos casos, os mortos são inocentes;
- Por que ninguém fala disso? Porque a maioria dos mortos são negros e pobres?
- Há quem seja a favor da ditadura. E essas pessoas também tem direito de se manifestar. Muitos acabam tendo a mesma postura totalitária que o próprio governo militar teve;
- Os mesmos que censuram os apoiadores da ditadura usam camiseta do Che e defendem ditaduras de esquerda também sanguinárias. Matar pela sua ideologia idiota é válido, mas pela ideologia idiota do outro é absurdo;
- A imprensa vem fazendo um alarde ridículo, mas foi quem mais apoiou o golpe (especialmente a Globo, que se tornou o que é hoje nessa época);
- Relembrar o passado é importante para não cometermos o mesmo erro, mas mais importante do que isso é tentar melhorar o presente, que está pior do que nunca;
- Quem acha que a gente vive em uma democracia plena é muito ingênuo (e isso, assim como nada do que foi postado aqui, é uma crítica ao governo ou a algum partido, são críticas gerais).