segunda-feira, 9 de agosto de 2010

É o tempo da travessia ...

Não gostaria de vir aqui postar texto de auto-ajuda, muito menos ficar falando de mim e da minha vida, meus problemas. Mas de qualquer forma preciso postar alguma coisa, mas ando tão desocupado que nem tenho muito do que falar, então vamos fazer uma breve reflexão relacionada a isso também.

Existem momentos em nossas vidas que nos vemos como observadores do mundo, estamos parados enquanto ele gira. É como se estivessemos deitados em um sofá no topo de uma colina, esperando o vento bater pra podermos cair de cara nesse mundo fascinante e horripilante. Mas nem sempre vem o vento. As vezes vem alguem tentando te empurrar, mas ninguem tem força suficiente pra vencer a sua resistência, só você mesmo. E nem sempre vencer essa desistência é simples questão de escolha. Quando já nos acomodamos nesse sofá, é preciso muita força de vontade e tomar muitas atitudes para conseguir levantar, como quando estamos a morrer de sono e o despertador toca, mas como não temos nada para fazer no dia em questão, não vemos motivos para levantar.

Na vida existe a opção de não sair do sofá, conheço pessoas com mais de 60 anos que ainda não sairam, estão vivas e tranquilas. E se não é um problema para elas, se alguem se sente bem vivendo no seu próprio mundo limitado, eu tiro o meu chapéu. Mas eu não consigo me sentir bem vendo as maravilhas e horrores do mundo escapando da minha existência. Creio que o mais dificil sempre é o mais recompensante, que não nos limitarmos as facilidades que a vida pode nos oferecer nos traz os maiores prazeres e as maiores lições, assim como as maiores dores e frustrações, mas viver é sentir, e quem se poupa do "sentir", está se privando de viver.

Fica um texto para traduzir minhas palavras em forma de poesia:

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas ...
Que já têm a forma do nosso corpo ...
E esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos
mesmos lugares ...

É o tempo da travessia ...
E se não ousarmos fazê-la ...
Teremos ficado ... para sempre ...
À margem de nós mesmos..."


Fernando Pessoa

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